Santa Barba é uma entidade performativa não binária que evoca temas subjetivos e sociais, rememorando a Música Popular Brasileira num imaginário provocador. A doce língua portuguesa, que ao travessar o mar tornou-se tropical despontando como uma das mais faladas no mundo, encarna êxodos e temperos mordiscando os lábios e lambendo os ouvidos de Camões. Essa língua, agora em tons de pau-brasil e maciez do algodão, misturada com açúcar, ouro, café, suor e sangue, serpenteia em gerúndios, bailando em ondas p(r)o(f)éticas, falando de amores, saudades, dores, revoltas, reparações. Das utópicas novelas da democracia, do rádio à TV, Santa Barba abraça a memória afetiva da fantasia sobre brasilidades fazendo do fa(r)do um sonho abrasado de resiliência, resistência, festa. Santa Barba é um ex-voto encarnado em oferta perene a uma graça alcançada, chamada liberdade. É uma Santa (Barba) num relicário fora do armário.
criação e performance Paulo Pinto ‧ colaboração musical Josué Santos e Telmo Souza ‧ partilhas poéticas e produção Dori Nigro, Thaís Guimarães e Wura Moraes ‧ assistência de produção Herick Augusto e Lucas Reis ‧ costureira Manuela Santos ‧ imagem de divulgação Patrícia Alfaya ‧ apoio República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes ‧ agradecimentos DJ Coby, Maurício e Patrícia Alfaya, Melissa Rodrigues ‧
9 de dezembro ‧ mala voadora