No latejar de uma memória ancestral, o performer busca suas referências primeiras no trânsito criativo real/fictício que sugere uma antiga indumentária de trabalho portuguesa. A palha, presente em vários rituais ordinários e numinosos de saberes e fazeres, em culturas diversas, é utilizada como dispositivo de re/descobertas disparadas pelo corpo do artista, que pelos desvios da sobrevivência precisou abandonar a dança como vocação. A memória dos afetos inspira o despertar dos encantados, costurando-se com a referência da veste lusitana, despertando-a daquilo que lhe foi destinada: o trabalho que se esquece da celebração. Na dança esquecida por um espírito, num corpo esquecido da dança a palha voa.
criação e performance Paulo Pinto ‧ partilhas poéticas e produção Dori Nigro e Wura Moraes ‧ colaboração sonora Dj Coby ‧ olhar externo Sônia Cabral ‧ assistência de produção Herick Augusto e Lucas Reis ‧ imagem de divulgação José Caldeira ‧ apoio Campus Paulo Cunha e Silva, República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes ‧ agradecimentos Thaís Guimarães ‧
10 de dezembro ‧ mala voadora