O decisivo na política… tem o formato de um comício e é literalmente um “one man show”. Um homem sozinho em cena faz um longo discurso e comanda tudo o que cria o ambiente emocional para as suas palavras e tudo o que dá enquadramento à sua presença: a luz, o vídeo, a banda sonora, a corrente de ar que faz agitar as bandeiras, os sinais de alarme, etc. O seu discurso é feito de excertos de discursos de múltiplos chefes de estado do século XX (de Estaline a Mandela, de Mussolini a Arafat) que se sucedem sem que se perceba onde acaba um e começa o seguinte, independentemente da pertinência ideológica de cada um. Explora-se sobretudo a retórica, quer das palavras, quer do modo de as proferir, evidenciando a maquinação do artificialismo. O comício avança para um progressivo clima de festa que, no final, se descontrola. Ele acaba nu, a sujar-se com o creme do bolo que tenta comer, e enquadrado por um vídeo-clip acelerado, com flashes de filmes pornográficos.

direção Jorge Andrade colaboração Pedro Gil com Jorge Andrade vídeo Itziar Zorita Aguirre cenografia José Capela seleção musical Isabel Novais sonoplastia Hugo Franco assistência John Romão coprodução Galeria Zé dos Bois e Citemor financiado por Ministério da Cultura – Direção Geral das Artes apoio Comuna Teatro de Pesquisa

datasdates

10 de julho 2008 ‧ Auditório de Serralves (Porto)

14 e 15 de agosto 2008 ‧ Citemor 2008 (Montemor-o-Velho)

17 a 27 de setembro 2008 ‧ Negócio (ZDB) (Lisboa)

8 de janeiro 2009 ‧ Teatro Municipal de Bragança

28 de março 2009 ‧ Centro de Artes e de Ciências do Mar (Ilha do Pico)

29 de outubro 2009 ‧ Teatro das Beiras (Festival Y) (Covilhã)

24 a 25 de janeiro 2014 ‧ mala voadora (Porto)