Quando Jorge Andrade leu A Noite Mesmo Antes das Florestas, de Bernard-Marie Koltès, e teve vontade de interpretar o papel, soube também que, pouco antes, Álvaro Correia tinha dirigido Miguel Loureiro nesse mesmo papel. Face a este tipo de coincidências, sentimo-nos divididos entre achar que (1) é interessante equipas diferentes fazerem espetáculos a partir dos mesmos textos, porque é interessante comparar as suas respetivas abordagens, e que (2) há artistas com falta de imaginação para escolher textos dramáticos. Resolvemos tirar partido da circunstância: em vez de nos afastarmos da recente encenação, convidámos Miguel Loureiro para trocar de papel e vir agora encenar o texto que tinha interpretado. Uma espécie de “dança das cadeiras”. Nicarágua Prologue – assim acabou por chamar-se o remix do texto feito por Loureiro – parte de um exercício de locução à mesa, e vai deambulando progressivamente pelo espaço, entre a violência de que fala a personagem, fantasmagorias (designadamente fotografias e projeções de imagens de rapazes), e memórias da semana de residência da equipa em Paris.

texto Bernard-Marie Koltès encenação Miguel Loureiro com Jorge Andrade e Miguel Loureiro no vídeo Bruno Simão nas fotografias John Romão, Pedro Carmo, Tiago Guedes e Vasco Diogo voz Dulce Rodrigues cenografia e figurino José Capela luz João d'Almeida fotografia e vídeo Susana Paiva cartaz (para a Casa Os Dias da Água) Suzana Vaz coprodução Citemor e Casa Os Dias da Água

datasdates

28 a 31 de julho 2004 ‧ Sala B (no âmbito do Citemor) (Montemor-o-Velho)

16 a 20 de dezembro 2004 ‧ Casa Os Dias da Água (Lisboa)