Capicua é nome de artista, de rapper, de escritora, de uma voz feminina potente na sensibilidade e crítica à sociedade e à política. Na permanente reinvenção de si própria e na procura de formatos originais, chega agora a sua estreia em teatro com “A Tralha”, um espetáculo com texto e direção de Capicua, corpo e voz de Tiago Barbosa e algumas interferências musicais de Pedro Geraldes.
A Tralha é um quase monólogo sobre acumulação. Um ensaio sobre o desperdício e a obsolescência em forma de narrativa pessoal. Uma reflexão sobre os objetos que nos rodeiam, que nos servem de extensão, que contêm as nossas memórias e que nos servem de interface com o mundo. Sobre os objetos que manipulamos e com os quais definimos as coreografias que inscrevemos no espaço e nas nossas rotinas. Sobre as coisas em que nos afundamos, num planeta afogado em plástico e em que o que tomamos como descartável é afinal indestrutível. Sobre as coisas cujo peso é muito maior do que o que podemos carregar. Uma dissertação emocional que parte da história de um homem que fica sozinho, nos longos meses de confinamento, rodeado de matéria inerte, entulho e recordações.
texto e direção Capicua ‧ cocriação e interpretação Tiago Barbosa ‧ música Pedro Geraldes ‧ fotografia Bruno Simão ‧ produção BoCA ‧ apoios CRL- Central Elétrica e mala voadora ‧
“A Tralha” é uma comissão da BoCA Bienal de Artes Contemporâneas 2021
12 a 30 de julho ‧ mala voadora (residência)
23 de julho ‧ mala voadora (ensaio aberto)