A – posso não ser amado por aqueles que tão desesperadamente quis que me amassem de volta, posso ricochetear dentro dessa espiral de desespero, de vazio, mas não tenho de pegar numa arma e definir eu mesmo o meu fim.
é aqui que começo a separar a história e a verdade. é aqui que entro verdadeiramente naquilo a que se designa como destino – esse que recusa repetir-se.
B – quem éramos no primeiro acto?
lembro-me de correr
depois do primeiro amor, vem o primeiro amor e depois o primeiro amor outra vez. não quero guardar a ternura. aquilo que não se dá, morre. (pensava muito nisso)
é terrível sermos tão possíveis de esquecer: não ficarmos impressos como lasca no rochedo.
quando conseguires, diz-lhes que eu não estou.
já chega de sombras. o sol fica mesmo aqui ao pé.
direção artística e interpretação Sofia Dinger e Miguel Bonneville ‧ desenho de luz Eduardo Abdala ‧ sonoplastia BlackBambi ‧ registo vídeo/fotográfico Joana Linda ‧ residências Materiais Diversos, Cão Solteiro residências ‧ produção Carina Lourenço ‧ coprodução Teatro do Silêncio, FITEI ‧
13 de maio ‧ mala voadora (inserido no FITEI 45)