Partindo do ensaio homónimo de Walter Benjamin, interpretado como monólogo por Fernanda Lapa, o espetáculo desenvolve-se depois como deambulação pelos diversos livros de uma biblioteca pessoal. Depois de serem tratados como objetos, os livros são abordados pelo seu conteúdo. Esta segunda parte do espetáculo é organizada em cinco ciclos: navio (uma intriga burguesa que termina com a indisposição geral dos viajantes e com o suposto afundamento do navio); drama (deambulação em torno do amor destruída por um excerto de Roland Barthes); as 1001 garrafas (um velório que é sobre a própria teatralidade); líquenes (desistência de fazer teatro, a favor de textos descritivos); e, por fim, melancolia (a apresentação de uma natureza morta). Cada um destes ciclos corresponde à tentativa de instalação de uma proposta dramatúrgica e, repetidamente, essa tentativa fracassa. Desempacotando a minha biblioteca usa de “excesso de teatro” para fazer um manifesto anti-teatro.

O espetáculo resultou de uma encomenda do Fórum O Estado do Mundo, inserido nas comemorações dos 50 anos da Fundação Calouste Gulbenkian.

direção Jorge Andrade textos Walter Benjamin (tradução de João Barrento) e Miguel Rocha (a partir de textos de vários autores) com Anabela Almeida, Catarina Requeijo, Cláudia Gaiolas, Fernanda Lapa, Fernando Santos aka Deborah Kristall, Rita Seguro, Simão Cayatte, Tónan Quito e Medeia cenografia, figurinos e cartaz José Capela luz João d'Almeida vídeo António Gonçalves seleção musical Isabel Novais sonoplastia Sérgio Delgado produção Eva Nunes coprodução Fundação Calouste Gulbenkian (O Estado do Mundo) e Galeria Zé dos Bois financiado por Ministério da Cultura – Instituto das Artes

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9 a 11 de junho 2007 ‧ Sala Polivalente do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian (no âmbito do fórum "O Estado do Mundo") (Lisboa)

13 a 30 de junho 2007 ‧ Negócio (ZDB) (Lisboa)