Partindo do formato da “monografia” e recorrendo ao vasto espólio fotográfico da mala voadora, o livro dos 20 anos da companhia relativiza os mecanismos de produção da História. As imagens de registo dos espetáculos são manipuladas em Photoshop de modo a adquirirem uma dimensão ficcional, e tornam-se tão encenadas como um espetáculo. A mala voadora terá uma monografia que é, ela própria, “teatro” e na qual se inverte a passagem do tempo: começámos velhos e acabaremos muito novos. Mais do que atribuirmo-nos a nós próprios um estatuto “patrimonial” (não há nada mais aborrecido do que gente que se leva muito a sério), preferimos aproveitar esta celebração como oportunidade para criar uma ficção de contra-amadurecimento.
