A companhia portuguesa mala voadora e o dramaturgo norte-americano Robert Schenkkan voltam a juntar-se para uma nova colaboração. Em 2024, estrearam Cantar de Galo – um espetáculo no qual o famoso Galo de Barcelos nos conta a sua história, se revela insatisfeito com essa história e lhe aparece Salazar para o esclarecer. Entram numa discussão sobre as estratégias nacionalistas do Estado Novo e o Galo quem, confrontando Salazar com a sua própria tacanhez, sai vitorioso. Para além de múltiplas apresentações em Portugal, o espetáculo foi apresentado em Nova Iorque, no âmbito da programação do festival Under the Radar, será apresentado no Fringe Festival de 2026, em Edimburgo, e tem em preparação uma digressão mundial.
Se, para darmos vida a Salazar, recorremos a deepfake (Jorge Andrade interpretava, na verdade, os dois papéis), no novo projeto com Robert Schenkkan, a tecnologia vai adquirir relevância na própria narrativa. O protagonista trabalha como modelo de “motion capture” (captura de movimentos): ele move-se de acordo com instruções que lhe são dadas, vestindo um fato com sensores que captam o movimento do seu corpo, e esse movimento é usado para animar personagens virtuais de modo realista. Num estúdio, ele atua como se fosse uma marioneta humana e empresta a ação do seu corpo a uma personagem famosa: Frankenstein.
Para desenvolver este projeto, a mala voadora e Robert Schenkkan têm já agendado para Junho de 2025 um período de residência em Silicon Valley, onde trabalharão, quer na dramaturgia do espetáculo, quer junto a uma equipa especializada em tecnologia de captura de movimentos para animação.
Um ator, JORGE, aparece atrasado para trabalhar no estúdio. JORGE é um artista muito talentoso, com formação clássica, que foi reduzido a fazer “trabalho corporal” para um estúdio de animação, utilizando a tecnologia de captura de movimentos. Atualmente, está a interpretar o monstro FRANKENSTEIN num workshop experimental, possivelmente para uma nova adaptação cinematográfica. O tempo e o dinheiro são escassos. Todos os envolvidos no projeto estão stressados. Jorge está também sob uma enorme pressão fora do estúdio, e não apenas devido às suas profundas desilusões profissionais. Suspeita que a mulher o anda a trair e que talvez esteja prestes a deixá-lo. O uso crescente de álcool e drogas recreativas por Jorge não está a facilitar as coisas. Quando JORGE veste o seu fato Mo-Cap e começa a trabalhar, é dirigido vocalmente – como uma “marioneta dominada” – pelo DIRECTOR sentado na Sala de Controlo, falando através do “microfone de Deus”.
Quando JORGE começa a cena em que o “monstro” mata a mulher de Vítor, Isabel, por vingança e pelas suas próprias frustrações sexuais, JORGE encontra-se em descompensação, lutando para manter sob controlo não só as suas emoções, mas também a sua mente. Com a paranoia a crescer, JORGE começa a suspeitar que o DIRETOR é o homem que dorme com a sua mulher. A realidade e a ilusão confundem-se. Será ele um ator a representar um monstro ou um monstro a representar um ator? Estará a sua mulher real, neste momento, a planear a sua fuga com o DIRECTOR? Ou será que JORGE já lidou brutalmente com a infidelidade dela? Os seus movimentos/emoções são “capturados” e “transformados” em algo brutal e assustador, a sua própria humanidade é atacada, JORGE luta contra demónios tecnológicos e muito reais.
A companhia portuguesa mala voadora e o dramaturgo norte-americano Robert Schenkkan voltam a juntar-se para uma nova colaboração. Em 2024, estrearam Cantar de Galo – um espetáculo no qual o famoso Galo de Barcelos nos conta a sua história, se revela insatisfeito com essa história e lhe aparece Salazar para o esclarecer. Entram numa discussão sobre as estratégias nacionalistas do Estado Novo e o Galo quem, confrontando Salazar com a sua própria tacanhez, sai vitorioso. Para além de múltiplas apresentações em Portugal, o espetáculo foi apresentado em Nova Iorque, no âmbito da programação do festival Under the Radar, será apresentado no Fringe Festival de 2026, em Edimburgo, e tem em preparação uma digressão mundial.
Se, para darmos vida a Salazar, recorremos a deepfake (Jorge Andrade interpretava, na verdade, os dois papéis), no novo projeto com Robert Schenkkan, a tecnologia vai adquirir relevância na própria narrativa. O protagonista trabalha como modelo de “motion capture” (captura de movimentos): ele move-se de acordo com instruções que lhe são dadas, vestindo um fato com sensores que captam o movimento do seu corpo, e esse movimento é usado para animar personagens virtuais de modo realista. Num estúdio, ele atua como se fosse uma marioneta humana e empresta a ação do seu corpo a uma personagem famosa: Frankenstein.
Para desenvolver este projeto, a mala voadora e Robert Schenkkan têm já agendado para Junho de 2025 um período de residência em Silicon Valley, onde trabalharão, quer na dramaturgia do espetáculo, quer junto a uma equipa especializada em tecnologia de captura de movimentos para animação.
Um ator, JORGE, aparece atrasado para trabalhar no estúdio. JORGE é um artista muito talentoso, com formação clássica, que foi reduzido a fazer “trabalho corporal” para um estúdio de animação, utilizando a tecnologia de captura de movimentos. Atualmente, está a interpretar o monstro FRANKENSTEIN num workshop experimental, possivelmente para uma nova adaptação cinematográfica. O tempo e o dinheiro são escassos. Todos os envolvidos no projeto estão stressados. Jorge está também sob uma enorme pressão fora do estúdio, e não apenas devido às suas profundas desilusões profissionais. Suspeita que a mulher o anda a trair e que talvez esteja prestes a deixá-lo. O uso crescente de álcool e drogas recreativas por Jorge não está a facilitar as coisas. Quando JORGE veste o seu fato Mo-Cap e começa a trabalhar, é dirigido vocalmente – como uma “marioneta dominada” – pelo DIRECTOR sentado na Sala de Controlo, falando através do “microfone de Deus”.
Quando JORGE começa a cena em que o “monstro” mata a mulher de Vítor, Isabel, por vingança e pelas suas próprias frustrações sexuais, JORGE encontra-se em descompensação, lutando para manter sob controlo não só as suas emoções, mas também a sua mente. Com a paranoia a crescer, JORGE começa a suspeitar que o DIRETOR é o homem que dorme com a sua mulher. A realidade e a ilusão confundem-se. Será ele um ator a representar um monstro ou um monstro a representar um ator? Estará a sua mulher real, neste momento, a planear a sua fuga com o DIRECTOR? Ou será que JORGE já lidou brutalmente com a infidelidade dela? Os seus movimentos/emoções são “capturados” e “transformados” em algo brutal e assustador, a sua própria humanidade é atacada, JORGE luta contra demónios tecnológicos e muito reais.
25 a 30 de julho ‧ TheatreWorks (Califórnia)
1 a 4 de agosto ‧ Peacedale Global Arts (Nova Iorque)
