Beaumarchais resulta de uma parceria da mala voadora com o compositor, maestro e musicólogo Pedro Amaral. É uma ópera que se desenvolve a partir de três textos de Beaumarchais – O Barbeiro de Sevilha, As Bodas de Fígaro e A Mãe Culpada – que já foram, todos eles, adaptados para ópera no passado. As três novas versões vão ser gravadas em estúdio, sendo esse estúdio montado no palco do Dona Maria. Lá estará a devida cabina de gravação insonorizada, os microfones, mesas de mistura, monitores, todas as infraestruturas, o catering, os técnicos, a equipa de limpeza, o pessoal da portaria, o relações públicas, tudo. Haverá verdadeiros trabalhadores – elementos da classe trabalhadora que, cumprindo a sua vocação política e social, reivindicarão os seus direitos, lutarão, farão revoluções, lincharão os opressores. Este espetáculo poderia chamar-se Tumultos Revolucionários na Deutsche Grammophon, ou Luta de Classes na Decca (este é menos glamouroso). Beaumarchais haveria de gostar.
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