Overdrama foi o primeiro texto – neste caso, uma peça – que Chris Thorpe escreveu para a mala voadora. Tomando como referência acontecimentos em curso aquando da escrita do texto, overdrama retrata uma situação de tumulto social, na eminência de uma catástrofe generalizada. Um grupo de indivíduos dá notícia dos seus dramas pessoais e, através deles, da sua posição, mais implicada ou mais distanciada, face aos acontecimentos. Aquilo que parece ser um conjunto de histórias independentes acaba por revelar ser um único enredo: a maior parte das personagens esteve afinal a narrar o percurso que as conduziu à morte. As que estão vivas protagonizam uma utopia: a possibilidade de quebra da ciclicidade da História, a possibilidade de as pessoas não deixarem de ser revolucionárias quando amadurecem. O espetáculo termina com uma avó (Márcia Breia) a sacrificar a vida para cumprir um ataque bombista.

Também pedimos a Chris Thorpe que esta peça sobre revolução explorasse recursos narrativos próprios do drama burguês: problemas no “seio da família”, adultério e outros desamores, o contraste entre “ricos” e “pobres”, o quiproquó, coincidências felizes e coincidências infelizes, expectativa – e um certo pathos de entradas e saídas de cena, que se transformou num dos temas da encenação.

direção Jorge Andrade texto Chris Thorpe tradução Francisco Frazão com Anabela Almeida, Cláudia Gaiolas, Flávia Gusmão, Jorge Andrade, Márcia Breia, Marco Paiva, Miguel Damião/Carlos António, Miguel Fragata, Pedro Gil, Sílvia Filipe, Tânia Alves e Wagner Borges/Bernardo de Almeida, entre outros cenografia José Capela, com fotografias de Bruno Simão imagem de divulgação Isaque Pinheiro fotografia de cena Bruno Simão e José Carlos Duarte figurinos Rita Lopes Alves luz Daniel Worm d’Assumpção, com assistência de Eduardo Abdála produção Manuel Poças coprodução Culturgest apoio Cineteatro Joaquim d’Almeida, Fundação Calouste Gulbenkian e NG5

datasdates

7 a 9 de julho 2011 ‧ Culturgest (Lisboa)

2 de junho 2012 ‧ Teatro Viriato (Viseu)

31 de outubro a 1 de novembro 2013 ‧ Teatro Municipal Maria Matos (Lisboa)

3 de maio 2014 ‧ Centro Cultural Vila Flor (Guimarães)