MON€Y resulta de uma colaboração entre a mala voadora e a artista Deborah Pearson. O público assiste à gravação de dois episódios de uma sitcom e, tal como o público dos estúdios de televisão, ouve gargalhadas gravadas que passam por ser suas, e é entretido por um ator de qualidade duvidosa durante as paragens da rodagem. O primeiro episódio é canónico: obedece a todas as prescrições dos manuais de escrita de sitcoms e acaba, naturalmente, com uma revelação que cria uma suspensão quanto ao que vai acontecer a seguir, no próximo episódio. O segundo episódio também começa bem, mas quando uma personagem fala de dinheiro, as outras parecem não saber do que se trata e cria-se mau estar. A autora do script está interessada em desvendar as tramitações financeiras dos estúdios. As narrativas das sitcoms são, para ela, como a caverna de Platão: só vemos sombras de um mundo – o mundo do dinheiro – que lhes é exterior. É isso que ela explica à equipa através de uma vídeo-chamada: viu um documentário, fumou erva e quer ser revolucionária. O cenário desmorona-se, tal como se desmorona a narrativa, mas o mau ator, anfitrião do estúdio, liga o letreiro luminoso que diz “The show must go on”.