Partindo de uma recolha de histórias tradicionais da região de Guimarães, Chris Thorpe escreveu um texto que, de acordo com a proposta da mala voadora, evoca alguns dos recursos próprios do melodrama: coisas como o destino e o sacrifício, um certo negrume – que, nos melodramas, são arrumadas de modo a que a vitória seja do bem. As histórias em que o bem vence e o mal é castigado constroem uma ordem moral.

Como num estúdio de gravação de telenovelas (um dos redutos do melodrama), justapõem-se vários cenários: a cozinha da casa de um padre (cuja igreja se desmorona) e da sua amante; o gabinete onde dois seguranças vigiam tudo o que se passa no espetáculo através de câmaras de vigilância; a sala de jantar de uma família que entregou a sua sétima filha aos lobos; a sala de estar onde duas mulheres se divertem a desdenhar da vitória do bem nas histórias; o escritório onde um homem tenta vender o próprio espetáculo a um conjunto de empresários chineses, e um espaço branco, para onde o padre e amante correm quando se instalam tempestades.

Overdrama, casa & jardim e dead end constituem um tríptico de textos de Chris Thorpe para a mala voadora que foi publicado aquando do 10º aniversário da companhia.

direção Jorge Andrade texto Chris Thorpe e contos de tradição oral recolhidos por Francisco Martins Sarmento com Anabela Almeida, Jani Zhao, Joana Bárcia, Joana Vieira, Jorge Andrade, Mónica Garnel, Rui Lima, Sérgio Martins, Simão Cayatte e Tânia Alves, entre outros cenografia cenografia José Capela, com execução de Carlos Maia figurinos José Capela luz Daniel Worm d’Assumpção banda sonora Rui Lima e Sérgio Martins imagem de divulgação Amaya González Reyes produção Manuel Poças coprodução Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura apoio Comuna Teatro de Pesquisa, Teatro Municipal Maria Matos, Taberna das Almas

datasdates

27 e 28 de outubro 2012 ‧ Fábrica ASA (Guimarães)

23 a 26 de janeiro 2013 ‧ Teatro Municipal Maria Matos (Lisboa)