Colaboração entre a mala voadora e o Teatro Oficina, a sala branca partiu de The Day Room, de Don DeLillo – uma peça circular. Tudo se passa na sala de um hospital, que é outra sala do mesmo hospital, que é um quarto de motel, que é o possível lugar de um espetáculo de teatro, que se confunde com a realidade de uma sala de hospital. Há pessoas que se disfarçam para, assim, poderem ir observar pessoas que se disfarçam e há pessoas que querem ir ver um espetáculo que é o espetáculo que elas próprias estão a fazer. A encenação abandona-se a esse delírio. As personagens põem-se à escuta das paredes e do chão, escondem-se atrás das plantas, batem palmas para pedir música; a primeira coisa que fazem depois de o público entrar é irem-se embora.
Não se esclarece onde está o teatro em relação ao qual se pode identificar um “teatro dentro do teatro”. Mas, para além deste mise-en-abyme ficcional sem começo nem fim, agradou-nos sobretudo a celebração do próprio teatro que o texto permite.
texto Don Delillo ‧ tradução alunos de mestrado do curso de tradução da Universidade do Minho com coordenação de Filomena Louro e Ana Chaves ‧ direção Jorge Andrade ‧ com Anabela Almeida, André Júlio Teixeira, Carlos António, David Cabecinha, David Pereira Bastos, Diana Sá, Emílio Gomes, Jorge Andrade e Tânia Alves ‧ cenografia José Capela, com execução de Carlos Maia ‧ figurinos José Capela ‧ luz Pedro Vieira de Carvalho, com operação de Ricardo Santos ‧ apoio ao movimento Victor Hugo Pontes ‧ sonoplastia Rui Lima e Sérgio Martins ‧ imagem de divulgação José Júpiter ‧ fotografia de cena José Carlos Duarte ‧ produção João Lemos ‧ assessoria de gestão e programação Vânia Rodrigues ‧ coprodução mala voadora e Teatro Oficina ‧ residências Centro de Criação de Candoso, mala voadora Porto, O Espaço do Tempo e Negócio-ZDB ‧ apoio Superdecor ‧
11 a 13 de setembro 2013 ‧ Negócio - ZDB (Lisboa)
21 a 22 de setembro 2013 ‧ Fábrica ASA (Guimarães)